O INCRÍVEL RELATO DE VIDA DE ARTURO CASTANEDA
NÃO BUSQUES NADA, SÓ BUSCA (SABER)
QUEM ERES!
Quando ouvi esta frase pelos dois minutos, tive
certeza que iria ver esta entrevista até o fim, porém, não imaginei traduzi-la,
praticamente toda, a partir dos 10 minutos. Um relato de vida e buscas que
impressiona do começo ao fim. Mas sugiro ver e ouvir até os 10 minutos, porque
dá para entender tudo e precisam sentir como fala, seu timbre, sua profundidade,
para poder ler a tradução embalados pela sua energia, não a minha!
10:44 Eu era uma
gigantesca pergunta cheia de mil perguntas!
11:00 Mais que um
leitor de livros, eu era um pensador! ... não
queria fazer nada, não queria estudar, nem sequer queria me reunir com as
pessoas... e sendo adolescente eu vivia em uma profunda solidão. E me dedicava
a caminhar pelo campo e admirar o vôo dos pássaros, a cor das nuvens... ouvir o
som cristalino dos riachos... eu buscava, buscava, sem fim...
E
cheguei num momento em que concluí que tudo que existe é efêmero, tudo morre,
tudo acaba... e cheguei num ponto em ver que tudo era finito, tudo se acabava,
tudo era um símbolo de morte.
E
eu via o símbolo da morte em todas as partes e parecia assombroso, estranho e
maldito que eu tendo uma consciência
sendo capaz de pensar em uma realidade que está além de minha mente e do mundo... eu também
iria morrer, terminar cego e podre! E eu que pensava tanto, que ia tão longe em
meus pensamentos, teria que morrer como os que não pensam nada... que vivem
somente por viver, somente para comer... somente para as coisas materiais.
A
LUTA CORPORAL E VISCERAL COM A MORTE
E depois dos 14 minutos
precisam ouvir o que ele fala... quando este estado se agravou só via morte por
tudo e quando o pensamento se tornou sentimento, ele se viveu e sentiu a morte
penetrando por seu pés... e o levando a um abismo negro... que o ia consumindo
até chegar ao rosto e daí caia ao chão... e daí travava uma luta imensa com a
morte...
E como ele era ateu e
não tinha ninguém com quem compartilhar e pedir ajuda... tornava tudo mais
horroroso.
17:50
Mariano pergunta como ele então superou tal situação... e aqui começa outra
parte.
Esta etapa começou a
acabar e se alternava com outra, onde ele SENTIA (frisou este verbo) que tudo que
existe, existe impregnado de uma presença de força tão imensa, tão vasta, podia
ser uma montanha, podia ser uma flor ou um grão de areia... e repete que sentia
que tudo que existe tem dentro de si uma força de presença tão imensa e tão
vasta que eu podia sentir, que incluso dentro de uma pequena pedra existia todo
um universo.
E quando sentia isso
não havia angústia, não havia temor. E ambas percepções, da MORTE e do
MARAVILHOSO, cresciam... cresciam, e eu
não sabia para onde iriam me levar...
A
3 EXPLOSÕES DE LUZ EM SEU CORPO
E pula então aos 22
anos quando já havia vivido de tudo, todas as novelas que um ser humano tem
direito, de todos os tipos (ele usa seus termos)... e já havia publicado seu
primeiro livro em Lima (Peru). Disse que escrevia para jornais em Lima na
época. O livro se chamou O DESCOBRIMENTO DA VIDA.
E daí diz que, passado
uns dias, ao constatar essa presença imensa, maravilhosa, em tudo
que existe, existe, como a expressão finita de algo tão vasto, tão imenso e tão
intenso, que isso me levava como uma viagem... assim... (mostra com as
mãos o que não consegue definir exatamente)... incomensurável...
E então repete o
processo de sentir a plenitude a amplitude de tudo, que chegou num dado momento
que sua mente explodiu... que parecia a explosão de uma bomba atômica... e em
seguida se deu uma luz e logo seguiu uma segunda explosão e novamente seguiu-se
uma luz e logo uma terceira explosão e depois disso essas 3 luzes se juntaram e
viajaram, como se ele estivesse em meio ao cosmos... e na medida que a luz
viajava, ele se deu conta que uma luz havia nascido em seu peito e em dado
momento as duas luzes se juntaram, a que nascera de seu peito e a outra (fruto
das 3 explosões).
E deu-se outra explosão
gigantesca de luz 22:22 e tudo havia
desaparecido. eu havia desaparecido, o mundo havia desaparecido, mas eu estava
vivo e consciente, e era luz. Tudo se transformou em luz. Não havia mais nada
que somente luz. E eu era parte da luz, mas sem sentir-me como parte da luz e
sim como eu sendo toda a luz e como a luz sendo eu mesmo. Não tinha a percepção da individualidade. e
essa luz era realmente infinita e jubilosa.
Jamais havia sentido
uma gloria mais vasta, mais intensa e mais pacificante, e visionária, sentir
que sou luz!
Eu sou luz e tudo que
existe é luz.
E que tudo veio da luz
e tudo retorna à luz.
Esta experiência, diz,
transformou minha vida, minha inteligência, minha capacidade de expressão,
minha sensibilidade e minha percepção cresceram... (não entendi o termo exato) e
a minha angústia da morte desapareceu. (Mas voltou mais tarde adianta).
E então começou uma
nova etapa em sua vida de questionar tudo, todas as ciências, tudo... para
chegar a saber qual era o meio que o levaria para sempre a esta luz. E se ele
viesse a descobrir isso, queria escrever livros para mostrar a todos os seres
humanos como chegar a ela.
Aos
25:00 Mariano pergunta se ele havia recebido resposta a todas as perguntas
existenciais que ele fez?
Sim, diz. A experiência
da luz que teve aos 22 anos, pelo fato de ser ateu, não deu a mesma nenhuma
conotação religiosa, mas chegou a
conclusão que tudo no Universo, seja a existência de todos os seres ou seu
próprio ser, os chamava de Eternidade ou Infinito. E volta a dizer que teria
que fazer uma vasta revisão de todas as ciências, e citou-as, para descobrir qual é o nexo ou
vinculo que as une em sua essência, todos os processos, seja neste mundo ou em
outros, para descobrir o INFINITO.
Ou seja, ele
queria elaborar uma CIÊNCIA para permitir conhecer voluntariamente o INFINITO,
PARA MIM E PARA TODOS OS SERES, diz.
PARIS
E AS SURPRESAS
E depois disso saiu de
Lima e foi para Paris onde leu de tudo um pouco, e, ao mesmo tempo que esta
percepção do MARAVILHOSO crescia, não mais como uma experiência do LUMINOSO,
mas como um ESTADO DE CONSCIÊNCIA QUE SE APROFUNDAVA E AMPLIAVA, ao mesmo
tempo, TINHA UMA ANGUSTIA INDOMÁVEL QUE EU NÃO LOGRAVA... DOMINAR... porque
parte da angústia consistia em imaginar que ele pudesse morrer e não voltar a
encontrar este INFINITO. E tampouco poderia mostrar (ao mundo) o processo de
conhecimento para aceder ao INFINITO. Mas... diz que tudo é muito complexo e
que seria difícil expor isso numa conversa...
Fato é que comecei a
estudar e me tornei um monstro humano estudando
tudo, como já havia dito... de forma a encontrar o que buscava... e estava
vivendo em Paris e falando francês...
E UM DIA... uma amiga
lhe disse que ela tinha uma amiga, que acabava de vir da Índia, e que tinha um
mestre espiritual francês, que se chamava Arnaud Desjardin. Podem ouvir aos
28:50
E a amiga disse que o
que você busca é um mestre espiritual, pois ele sabe muito mais do que você, já
te falei dela, disse e ela quer te conhecer.
Explicou que a trama
daquela amiga envolvia uma história de um francês que foi fazer estudos em Cuzco
(Peru), lá conheceu uma CAMPESINA, se enamorou perdidamente por ela, casou,
teve filhos e um dos filhos era o padrasto da amiga!!! (E esclarece o que pode
se supor, que a Mãe da amiga se separou do marido e acabou casando com o filho
do francês com uma inca...). E este padrasto acabou sendo seu primeiro mestre
espiritual... e tinha uma particular admiração por este homem, pois achava que
era descendente dos incas... cuja vertente ela queria conhecer. E isso deu a
ela esta abertura para conhecer peruanos e por isso o queria conhecer e acabou
contando a ela sua vida.
EXPLOSÃO
VULCÂNICA – ANANDA MAYI MA
E ficou frustrada
porque ele havia vivido uma experiência espiritual pela qual ela ansiava. E
dizendo isso mostrou a foto de uma indiana, a qual tinha ido ver (muito famosa ANANDA
MAYI MA)
Aos 33 minutos relata o
impacto que lhe causou ver a foto de ANANDA MAYI MA: foi tan grande como una explosion vulcânica...
Era tão forte, volta
repetir, que o que senti com minha mente, coração, corpo, com todo meu ser, é
que esta foto representava tudo que eu havia buscado por toda vida dele (agora
com 28 anos!). E ela seria a que abriria as portas amplas e mais claras, para
descobrir o nexo entre todas as coisas, tal como vinha buscando... o INFITINO
VIVO para si e para todas as pessoas.
Ficou tão
impressionado, que ficou mudo... (vale a pena ouvir como ele descreve o estado)
e a amiga o compreendeu, porque algo similar ocorria a muitas pessoas. E ficou
apenas do seu lado... e em algum momento pegou sua mão e disse: vamos caminhar.
Eram aproximadamente, 1 hora da madrugada.
E caminharam por toda a
madrugada por Paris, pelas pontes, do
rio Sena, pelos parques, enfim... e quando os melros começaram a cantar,
voltaram...
Naquela
noite teve um sonho (conta a partir dos 35 minutos):
- Encontrava-me voando
no espaço sideral, totalmente negro, quando um planeta veio como que se
aproximando de mim, e quando chegou perto, senti sua enorme força de presença e
ele começou a apresentar o rosto de Ananda Mayi Ma e de sua boca saiam uns
signos que jamais havia visto, voando junto a ele. E quando olhou os signos, em dado momento uma
voz dentro dele disse: TUDO É POSSÍVEL! Acordou de um golpe e...
E depois desse dia,
seja onde estivesse, o que estivesse fazendo, trabalhando, andando nas ruas,
etc. esta mulher estava presente nele, totalmente. (Cita antecipando, que iria
a Índia depois a conhecer pessoalmente). Seu corpo tava dentro de meu corpo,
sua cabeça dentro de minha cabeça. E eu comecei a relaxar, a relaxar, e comecei
a sentir uma paz que nunca havia sentido e isso se aprofundou de tal maneira
que eu era dois seres:
- Uma era meu corpo e
outro este ser maravilhoso que me habitava, e dentro de uma paz crescente que
parecia não ter (fim)... teve um barulho nos fundos e não deu para ouvir melhor...
O
RETORNO DA MORTE ÀS VÉSPERAS DA VIAGEM À ÍNDIA
Depois de uns 3 meses
desta experiência ele foi a Índia. E na véspera de viajar, naquela madrugada,
acordei as 3 da manhã... e fala que seu coração o havia despertado,
assustado... por que a morte de novo vinha comê-lo. Mas desta não me comia de
fora para dentro e sim de dentro para fora. E o coração estava tão
aterrorizado, que batia forte, e por isso o havia acordado... e reconheceu que
era de novo a morte... e ele tremia tão forte, e o suor frio escorria pela sua
face... e essa mulher (a amiga da amiga), com quem comecei a viver a partir do
dia que nos conhecemos, acordou com meus tremores e a enorme quantidade de suor
que escorria pelo meu corpo, e, sem saber o que fazer, acendeu a luz e ficou de
seu lado, intuindo o que poderia estar acontecendo... e na medida que o último
fio de vida se rompia, pois a morte o consumia de forma indescritível, então,
no último momento, apareceu o rosto de ANANDA MAYI MA e disse:
TUDO É INFINITO E
SAGRADO.
E desapareceu. E o que
fiz foi começar a repetir estas palavras, com a mais plena consciência do
significado delas. E comecei a repetir as palavras como um mantra.
E isso o fez ficar tão
consciente do significado (houve falhas de voz) que no final, a repetição
totalmente consciente, fez com que vencesse a morte. E nunca mais ela voltou a
aparecer. E no dia seguinte foi à Índia.
E quando cheguei na
Índia, ocorreram muitas coisas estranhas e maravilhosas, que seria muito
extenso contar – espero, disse, poder escrever tudo isso num livro, para contar
toda a amplitude do vivido.
E quando cheguei lá, justo
havia uma festa em homenagem a Krishna, e ela, que havia ficado reclusa por uns
3 meses em seu ashram, naquele dia apareceu ao público, na cidade de Haridwar,
uma das 3 cidades sagradas do Norte da Índia. (Estive lá perto, em Laxman Jhula
– e depois soube que em nenhuma dessas 3 cidades se come carne – eu não havia notado, mas uma
amiga de um amigo meu comentou isso um dia, pois ela comia e sentiu falta de
qualquer prato à base de carne nos cardápios).
O
IMPACTO AO VER ANANDA MAYI MA
Ananda Mayi Ma tinha
estado reclusa, porque havia ficado enferma por aprox. 13 meses e repete:
Enferma? Sim. E porque se enfermava, pergunta? Porque ela absorvia as
enfermidades das pessoas. E por estar ciente disso, nunca tomava remédios...
ficava mais reclusa e processava as enfermidades das pessoas até o ponto de
tudo estar sanado e isso, disse, as vezes levava mais tempo ou menos. E depois
disso retomava as atividades de instruir as pessoas em seu Ahsram, em Kankhal,
onde havia um templo, onde ele entrou, mencionando o “mar de sapatos” que havia
fora, centenas... e de repente todos sussurravam seu nome e “eu o entendi
porque alguns falavam em inglês”, disse. E lá vinha ela, pela borda de um
jardim e quando a vi parecia que eu ia morrer... ou desaparecer, face a força
de sua presença... pero, no he
desaparecido, porque aun estou acá... diz sorrindo e rindo levemente
(talvez pela primeira vez no vídeo).
E foi se aproximando e
tinha a postura de uma deusa ou de uma rainha e sentou-se na posição de lótus,
vestida de branco e começaram os cantos e a musica diferente e maravilhosa, que
provinha dos tempos e templos antigos da Índia e que todavia ainda está viva, porque, diz, a música sagrada está viva na
Índia.
E daí descreve algo
interessante: formaram-se filas para fazer a prostração frente a Ananda Mayi Ma,
e, curiosamente, a alguns ela nem olhava, tampouco quando lhes colocavam
grinaldas de flores em seus pescoço, já outros abraçava e falava a eles como se
fossem crianças e a outros os tratava com visível severidade...
Uma nota importante: entendo o acima,
porque isso passa com todos libertos: eles refletem exatamente o que cada
pessoa é e merece... eles refletem! Por serem vasos puros – não é uma postura
pessoal do liberto... isso só entende que já viveu a impessoalidade e já teve
experiências menores em sua vida; é algo
que não se pode controlar com o eu e os libertos, por não terem mais ego,
apenas refletem a pessoa a sua frente.
E, em dado momento
disse, ela levantou os olhos para a cúpula do templo, mas como se olhasse para
além, um olhar forte, ele diz aos 48 minutos:
Una mirada profundamente
concentrada y eterea...
E depois voltou a olhar
a multidão e numa dessas me olhou e quando me olhou sua mirada me atravessou a
alma, me atravessou o cérebro, disse.
Es
una mirada indescriptíble, de una fuerza y mistério, pero tan inmenso, que mais uma vez,
pensei que ia morrer ou desaparecer... pois
era tão forte, tão sobre humano, que não podia agüentar. É difícil expressar
essas coisas, diz...
E passados uns 10 a 15
minutos voltou a olhar para ele, como dizendo:
- Já te vi. Sei quem é você! Não vais nunca mais deixar de sentir “mi
mirada”. Te voy a mirar para sempre! (que lindo, ou seja: vou velar por ti
para sempre, nunca mais você estará fora de meu olhar).
RELATOS
DE SUA ESTADIA NO ASHRAM
Disse que nos dias
seguintes sempre aparecia em diferentes locais, no pátio, ou numa janela do
segundo andar que dava para o pátio para que a multidão a pudesse ver e
responder perguntas.
E passados dois meses,
sempre a vendo aqui e acolá, e considerando que ela já tinha 80 anos, em dados
momentos ela se transformava em uma mulher jovem e você se assustava. E
sacudindo a cabeça me perguntava como? E fato é que quando você se dava conta a
transformação já tinha ocorrido...
Outras coisas
misteriosas, é que muitas vezes ela girava a cabeça a uma velocidade tão
grande, que você não via... somente via que a cabeça desaparecia para ir a um
lado, e logo a via de volta ao centro... ou a via do lado direito, sem ter
visto a cabeça virar-se até lá de forma natural. Aparecia do outro lado e
aparecia de volta ao centro.
Outras vezes aparecia o
rosto de outra mulher... não era ela. Era outra mulher.
Outras vezes, sua
presença exalava uma energia tão poderosa, que sentia sua energia me refazer
molecularmente.
E
eu começava a viver... era como se tivesse esquecido de viver... de paz e
amor... e depois de sair daí, para ir aos meus alojamentos a algumas
quadras de lá, eu sentia como se estivesse voando... não parecia caminhar... ou
como se caminhasse em outra dimensão, não só de consciência, mas também de
existência.
E eu me sentia cheio de
um vigor, de uma vitalidade, de uma energia extraordinária!
E daí, dentre muitas
coisas incríveis que me ocorreram, ocorreu uma em relação ao mantra que ela me
deu às vésperas da viagem à Índia, TUDO É INFINITO E SAGRADO, o qual eu repetia
de dia e de noite, seja onde fosse ou estivesse. E numa madrugada, acordou
novamente de sopetão, incluso pelas 3 da manhã, e este mantra, que havia tomado
uma consciência tão profunda, tão intensa,
se repetiu sozinho dentro de mim... sozinho, repete. Como se outro ser,
outra consciência estivesse vivo dentro de mim.
DE
ATEU E MARXISTA A UMA TRANSFORMAÇÃO RADICAL
E
no final de dois meses, eu que era marxista e materialista, e detestava tudo
que era religião e espiritualidade, etc. e, além das incríveis experiências que
tive em relação a ela, o que mais me apartou do materialismo, do marxismo e da
incredulidade, foi ler algo que ela havia dito a um discípulo hindu, que ao
perguntar a ela, no meio de uma multidão:
- Ananda Mayi Ma, como
um ser divino como você, se põe a ouvir as tonterias, as brincadeiras e
vulgaridades que essas pessoas ignorantes vêm te contar? Teria dito:
- Assim como não te
pesam tua cabeça e tuas mãos (teve um ruído e não ficou bem claro, mas acho que
era isso que disse)... assim não me pesam os sofrimentos desses seres, porque
em mim todos vocês tem, na mesma medida, a profundidade e a altura da
eternidade!
Quando eu conheci isso,
me liberei, diz...
Aos 58 minutos, quase
desatando a chorar, diz:
-
Ai eu soube que havia buscado isso em toda minha e que esse era o meu caminho!
Daí eu regressei a
França onde então vivia, mas antes de ir-me, esse é o ultimo que quero dizer...
UM
DIA TIVE UMA ENTREVISTA PESSOAL COM ELA
E conta que falava
muito pouco inglês e quando chegou à Nova Delhi e pegou um bus para Haridwar,
ele sentou na parte de trás do bus e mais na frente havia um hindu, mas vestido
como um ocidental, e de momento a momento
este hindu se voltava para mim e me olhava e isso se repetiu... e foi tantas vezes,
que em dado momento fui até ele e perguntei:
-
Nos conhecemos? Porque em Paris eu havia conhecido hindus.
- Não disse. Mas me
chama a atenção porque você não é Europeu, nem Árabe, e tampouco é indiano. De
onde você é, perguntou.
E ele respondeu que é
de Peru? E o hindu diz: Que é isso, Peru?
Peru é um país da
América do Sul, explica-lhe.
- América do Sul, diz
espantado. E o que você veio fazer de tão longe à Índia?
E ele lhe diz que vai
visitar Ananda Mayi Ma... e o hindu diz:
- Eu também estou indo
vê-la, estou vindo da Inglaterra, e buscando minha Mãe e filhos. (E daí não deu
para entender a próxima frase). Mas a próxima, onde o hindu diz:
UM
ENCONTRO PROVIDENCIAL
- Eu sou um homem muito
rico, mas tacanho, miserável e mesquinho. E vou aproveitar você para praticar
minha generosidade, e me levou a um dos melhores hotéis, com restaurante e
outros atrativos (aliás, curioso, também conhecemos hotéis belíssimos, porque a
amiga do meu amigo, rica, queria que a gente lhe fizesse companhia e pagava os
melhores hotéis e restaurantes, antes de irmos a nosso objetivo, que era Laxman
Jhula).
E depois de muitas
coisas que haviam ocorrido diz, decidiu que não iria voltar nem a Europa e nem
a Peru. Iria ficar aí. Não importa, vou me esconder da Polícia, pois quero
ficar para sempre ao lado de Ananda Mayi Ma.
(Mas voltando ao
primeiro dia, após a noite no hotel, em que ele iria ver Ananda Mayi Ma).
E no dia seguinte,
quando iniciou a festa em louvor a Krishna, antes de começar tudo, o tal do
hindu inglês lhe disse que queria levá-lo a um ser muito elevado, que é
francês. E você vai poder se comunicar melhor, porque já falava bastante
francês, depois de mais de 3 anos vivendo em Paris.
E lá se foram, e
chegaram num lugar bem amplo, cheio de portas, e depois de 15 minutos que
tocaram a campainha, quando ele ia tocar novamente, o hindu-inglês lhe diz para
não tocar e logo apareceu um francês, um homem branco, fraco, com largas
barbas, e quando ele apareceu, o hindu se prostrou aos pés do francês. E o
francês disse: Não, não faças isso. E o hindu disse: Sim, o faço porque você também
é meu mestre.
E daí ele os deixou
entrar em seu quarto onde vivia, em uma cama, com muita madeira, sem colchão,
uma almofada que era um pedaço de madeira, uma mesa pequena... e mais (não
entendi) e era tudo que tinha. E um livro em sânscrito, que não sabia qual era,
e daí Arturo Castaneda disse.
- Quando viu aqueles signos saindo da boca de Ananda
Mayi Ma, agora ele os reconhecia como sendo sânscrito, que ele não conhecia.
E depois do hindu falar
com ele algumas coisas, o apresentou e ele pode se comunicar com o francês e
disse que, por favor, ele era de Peru, e queria ter um contato com Ananda Mayi
Ma. E o francês disse que é muito difícil ter um encontro com ela, porque em
geral isso se dá, junto aos grupos... etc. Mas disse que fará todo o possível
para conseguir uma entrevista pessoal com ela e o iria avisar.
A
INCRÍVEL HISTÓRIA DO FRANCÊS & ANANDA MAYI MA
Daí o hindu conta a
história desse francês: ele era um médico que foi a passeio prá Índia quando
ainda era jovem. E estando em passeio,
chegou a região onde vivia Ananda Mayi Ma e escutou das coisas incríveis que
envolviam a mulher, que fazia milagres e outros, desde que era menina e naquela
época era incluso ainda uma jovem mulher. E diziam todos que era uma deusa, um
avatar e avatar, em sânscrito quer dizer DESCENDO DOS CÉUS... OU DIVINO. E na
Índia estavam todos convencidos que não era comente uma mestra, uma grande
santa, mas que era uma deusa.
Diante de tudo isso
decidiu visitar a mulher, e quando a viu, ocorreu a ele uma implosão vulcânica
e ficou em êxtase por uns 3 dias. E ele, sem ter cultura espiritual alguma, nem
da Índia nem outra, abandonou tudo, a França, sua família e ficou na Índia, ao
lado de Ananda Mayi Ma. Aprendeu o idioma híndi e a seguiu por todas as partes
durante muitos anos, rogando, suplicando que o aceite como sua mestra. E Ananda
Mayi Ma não aceitava discípulos, salvo raras vezes, mas a todos sugeria buscar
seus mestres.
Mas o francês não
desistiu e um dia, diante de uma multidão, muito humilde pediu novamente que o
aceite como seu discípulo. E ela lhe disse:
- Você sabe, que aqui
na Índia, para ser o discípulo de um Mestre, o discípulo tem que submeter-se
totalmente à vontade do Mestre e fazer exatamente o que o Mestre lhe pede.
- Sim, o sei, respondeu
o francês.
E daí ela pergunta:
Você está disposto a fazer o que eu te pedir, seja o que for, incluso neste
momento? E ele respondeu: Sim.
- Então, disse ela, te
aceito como discípulo e neste momento te peço para ir aos Himalayas e lá
viverás sem falar nunca uma única palavra. E ficarás aí, até eu te chamar.
De lá ele saiu para os
Himalayas e quando ela o chamou de volta, após 30 anos, já era meio ancião. E
havia conquistado um estado de consciência que jamais pensou que ia “lograr”
(conseguir, conquistar).
O
DIA QUE CONHECERIA ANANDA MAYI MA
E foi este homem quem
conseguiu a entrevista com Ananda Mayi Ma... veio e disse: vamos rápido que Ananda
Mayi Ma está te esperando! E eu fui tremendo dentro de mim.
Fomos ao Ashram,
subimos uma escada e entramos a uma grande sala. E lá estava ela sentada, com
esta realeza, com esta grandeza, com esta... maravilha de presença, que era
próprio dela, algo natural nela, sentada numa cadeira com encosto, vestida de
branco com os pés desnudos, e a volta, havia hindus jovens e ancianos, todos
quase desnudos, somente com um “tapa” ... (um pano que tapa as partes íntimas,
mas algo típico por lá). E também havia mulheres e todos tinham uma presença
formidável e um olhar misterioso, e uma atitude, para mim, quase que
intimidante! (Bonito ouvir o belo espanhol dele, nessas horas onde ele descreve
atmosferas espirituais). Quem quiser ouça, pela 1h10min.
Eles eram yogues, que
haviam descido dos Himalayas, para ter um encontro muito particular com Ananda
Mayi Ma. E o francês falou de mim, diz, e conversaram bastante sobre ele, mas
em híndi, e em híndi eu não entendia
nada.
E quando terminou de
falar, teve uma atitude de indiferença, de censura, como de severidade ante
mim. Não me recebeu com amor, com carinho, como havia visto receber outros
homens e mulheres. E a isso se somava a poderosa presença dos Yoguis, olhando
para ele ao mesmo tempo. E terminada a conversa, eu fiz minha reverência a ela,
e quando estávamos lá fora, no pátio, me disse:
A
SURPRESA DAS PALAVRAS DE ANANDA MAYI MA
-
Ananda Mayi Ma disse que você vai viver experiências muito altas, mas que não
deves ficar na Índia, deves voltar ao teu país, porque Jesus é teu mestre.
E eu queria ficar com
ela, mas se ela me ordenava isso, eu queria obedecer. E quando fui me despedir
dela, ela estava sentada no alto de uma escada... e cada um subia e eu subi com
uma manta de meditação que eu havia me comprado e levado para ela abençoar, e
quando cheguei perto, disse que estava regressando. E daí ela lhe disse em
híndi, que lhe traduziram:
- VIVA SEMPRE IMERSO EM
DEUS. E NUNCA DEIXE DE PENSAR, JAMAIS, UM SÓ INSTANTE, EM DEUS, EM TUA VIDA.
O
RETORNO À PERU E A VIDA NA SELVA AMAZÔNICA
Eu voltei então à
França, e não tive mais desejo de viver em meio à grandeza Européia, a vaidade
Européia, da frivolidade e da neurose Européia. E voltei a Peru, com o
propósito de viver em meio a selva amazônica, dedicado somente a orar e
meditar, ao lado de um rio e com terra, onde produziria meus próprios
alimentos.
E eu vim e daí começou
outra etapa incrível e maravilhosa, me meio a selva amazônica.
Daí Mariano diz que
muito interessante... estava sem palavras, mas disse que, de fato, as duas
frases que mais o tocaram, foram QUE TUDO É SAGRADO E INFINITO e NUNCA DEIXES
DE PENSAR EM DEUS...
E sugere que se conte a
outra parte em etapas... e Arturo diz, sim, porque a intenção é transmitir tudo
que vivi.
Daí Mariano pede o que
ele quer concluir dessa primeira parte da entrevista e ele diz:
- Que depois soube, que
sua busca não vem desta vida, mas de várias vidas, que lhes foram
reveladas. E a parte inicial de sua
juventude, ele plasmou no livro chamado:
SENTIR
A ETERNIDADE – O prodígio e o mistério do Ser.
Que ele escreveu entre
os 21 e 27 anos e diz, perdão pelo que vou dizer, mas é a Verdade, é um livro de alta metafísica. Mas não fui eu
quem escrevi o livro, como achei... mas eram seres celestiais, que me
inspiraram... porque como um jovem, sem nenhum conhecimento filosófico e
outros, poderia escrever um livro destes?
E neste livro estão
plasmadas verdades essenciais de metafísica e esoterismo, que pertencem a todas
as tradições da Terra. O taoísmo, o hinduísmo, o islão, inclusive ensinamentos
que provém de outras dimensões.
Daí Mariano diz, que
nessa primeira parte eles não chegaram a falar destes seres celestiais que o
contatam, e se ele quiser adiantar algo (para a próxima)... e ele diz, sim,
Bueno...
Disse que tudo tem a
ver com o que tem vivido em várias etapas de sua vida, incluso o que viveu nas
profundidades da selva amazônica e o que encontrei lá.
Outra etapa de minha
vida, é quando aos 52 anos, de alguma maneira, ficou claro, que os seres
celestiais sempre falaram comigo, por meio de meus pensamentos altamente
metafísicos (seus questionamentos altamente inquietantes e profundos,
acrescentaria eu)... e que após os 52 anos, foi quando começaram a se
manifestar de forma consciente, e explica.
Que lhe ditaram até
agora 5 livros, e destes 5 livros, só publicou um livro e se chama
A INOCÊNCIA E A ALEGRIA
OU A CELEBRAÇÃO DO AMOR DIVINO.
E agora sugiro ouvirem
o que ele vai dizer dos seres celestiais que lhes ditam os livros... até o
final... e sintam... ou seja: a partir de 1h19.
(Acabei de revisar
minimamente a tradução e me ocorreu, que sim, sugeri ouvirem a parte inicial, e
sem querer, a parte final, e isso é bom – será como fechar o círculo e vocês
realmente terem “lido” a ele, ou seja, que fique impregnado seu relato em vocês
e não minha tradução).
Acabei de achar este
link que busquei ontem, mas não encontrei, porque já havia lido sobre a Ananda
Mayi Ma, mas jamais algo tão pessoal e impressionante.
Realmente valeu cada
minuto ver este vídeo, pelo qual agradeço Mariano.
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CITAÇÕES DE ANANDA MAYI MA
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