Hoje abri numa parte do livro da PISTIS SOPHIA comentada por Hurtak (J.J. e Desiree - ver 2 postagens anteriores: O CORPO DE LUZ CRÍSTICO e COMO diferenciar SERES DE LUZ de seres de luz) onde ele descreve a Ordem Cosmológica, interna e externa, e pensei em traduzir, mas quando vi que era muito para traduzir, decidi achar um PDF em português, contendo a tradução – nem que seja partes... o que não encontrei, mas, em troca achei um resumo excelente para os que sentem inclinação em usar a linguagem altamente codificada da PISTIS SOPHIA para sua jornada pessoal, cujo extrato parece se basear no livro de RAUL BRANCO, da imagem do livro.
SEGUE EXTRATO DO LIVRO DE RAUL BRANCO - PISTIS SOPHIA - DO LINK ABAIXO
http://www.orion.med.br/index.php/artigos-por-autor/24-frases/espiritualidade/626-pistis-sophia
Por mais de dois séculos Pistis
Sophia (PS) frustrou as tentativas de pesquisadores e estudantes da tradição
esotérica de entender a importante mensagem que se acreditava oculta nesse
texto. Afinal, o livro pretende conter instruções esotéricas ministradas por
Jesus a seus discípulos, após seu retorno dos mortos. Alguns estudiosos, como
Jean Dorese2, não conseguiram
esconder sua frustração ante a linguagem impenetrável de seu simbolismo.
Outros3 sugeriram
somente descrições genéricas do texto, sem se aventurar em análises ou
comentários hermenêuticos.
Mais recentemente algumas tentativas de interpretação foram apresentadas. Esses autores geralmente procuravam com seu trabalho aliciar seguidores para seus movimentos. [Diria que isso é natural e inerente a qualquer movimento]. Jan van Rijckenborgh, um líder da Rosacruz Áurea muito influente da Holanda, produziu uma série de anotações de interesse para o estudioso sobre o texto de Pistis Sophia que, após sua morte em 1968, foram compiladas e publicadas com o título de Lês Mysteres Gnostiques de la Pistis Sophia. [Tenho o livro em alemão, mas existe em português - ver links]:
https://www.pentagrama.org.br/misterios-gnosticos-pistis-sophia/
https://www.pentagrama.org.br/wp-content/uploads/dlm_uploads/2019/08/pistis_sofia.pdf
O rabino israelense Jodachay Bilbakh apresentou a seus estudantes um texto chamado O Evangelho de Pistis Sophia, que foi traduzido do hebraico e circulou entre os membros da Fraternidade Essênia no Brasil, em 2001, com comentários baseados principalmente na cabala.
Um livro curioso foi publicado
por J. J. Hurtak e Desiré Hurtak, com mais de 900 páginas, em 1999, com o
título de PISTIS SOPHIA, A Coptic Gnostic Text With Commentary, mais tarde
traduzido para o português. Hurtak alega ter recebido muita inspiração, pois no
início da década de setenta, afirmou ter recebido em seu quarto um ser de luz
que anunciou ser o Mestre Ofanim Enoch, que o levou aos céus, onde passou por
diferentes regiões, a começar pelas estrelas Mérak e Muscida, depois pela
estação intermediária de Arcturus, um paraíso superior de Luz conhecido como o
sétimo céu, e ainda pela região de Saiph no campo estelar de Orionis, quando se
deparou com um ser de luz chamado Metatron, que finalmente levou-o ao Pai
Divino. Perante o Trono do Pai foram-lhe feitas muitas revelações, inclusive
sua razão de viver para exaltar o Pai, o que lhe levou a preparar, entre outros
trabalhos, a obra O Livro do Conhecimento: AS CHAVES DE ENOCH. Os comentários a
Pistis Sophia, no entanto, parecem carecer de verdadeira inspiração, pois o
autor se perde na tentativa de explicar a cosmogonia do texto, ao assumir que
os personagens da estória são seres externos e não aspectos de cada ser humano,
como era tradicional nos trabalhos sobre a peregrinação da alma entre os
autores gnósticos.
Outro autor igualmente singular, conhecido por seus discípulos
como o Avatar da Era de Aquário, é o mexicano Samael Aun Weor (1917-1977). SAW
produziu, entre outras obras, PISTIS SOPHIA DEVELADA (em espanhol). A
interpretação do texto é baseada no suposto uso por Jesus de magia sexual, que
ele teria ensinado a seus discípulos. A natureza da obra pode ser inferida
pelas seguintes palavras encontradas na apresentação do texto: “Nós, os
quarenta e dois Juízes do Karma, reunidos em Conselho pleno, com a devida
autorização da Hierarquia, e com pleno poder sobre a vida e a morte dos seres
humanos deste planeta, entregamos a presente Obra: A Pistis Sophia, desvelada
pelo Venerável Mestre da Fraternidade Branca, Samael Aun Weor.” Na minha
percepção, não existem evidências de que a obra em exame possa merecer tal
conotação.
Um trabalho bem mais modesto foi
preparado pelo presente autor, em seu livro PISTIS SOPHIA, Os Mistérios de
Jesus, publicado em 1997, com sugestões de interpretação do texto e um resumo
de sua cosmologia, utilizando como fundamentação anotações pouco conhecidas,
mas muito inspiradoras de Blavatsky 4.
O manuscrito
O documento original, escrito em
grego e tido como perdido, foi guardado pela Providência Divina numa tradução
para o copta, o dialeto sahidico do sul do Egito. A versão copta foi
provavelmente escrita entre os séculos III e IV de nossa era. O códice foi
levado para a Inglaterra em 1772, adquirido por um médico colecionador de
manuscritos antigos, o Dr. Askew, e mais tarde vendido ao Museu Britânico.
O texto completo foi traduzido
para o latim por volta de meados do século XIX, por M.G. Schwartze5, mas só a partir do final
do século XIX foi traduzido para línguas européias modernas (francês, alemão e
inglês). As melhores versões para o inglês foram produzidas por G.R.S. Mead 6 e Violet MacDermot 7.
O texto é dividido em três
cenários principais. No primeiro, Jesus está no Monte das Oliveiras com seus
discípulos após a sua ressurreição e, depois de algum tempo, em meio a trovões
e relâmpagos, é elevado ao alto em meio a uma intensa luz ofuscante. É
reiterado que sua gloriosa ascensão ao alto ocorreu na data da lua cheia de
Thebet, isto é, na lua cheia de maio, conhecida como o período do ano mais
favorável para contatos interiores e iniciações esotéricas, tais como o
festival budista de Wesak. Depois de trinta horas, Jesus retorna, envolto em
três vestes de luz 8, com um brilho
mais intenso do que quando havia ascendido. Em aparente confirmação da alta
iniciação que lhe havia sido conferida 9, ele dirige-se aos discípulos, anunciando que,
"A partir deste dia, vou falar-vos abertamente, desde o princípio da
Verdade até o seu término (Plenitude); e vou falar, face a face, sem (usar)
parábolas. A partir deste momento não vos esconderei nada do (mistério) do alto
e do lugar da Verdade. Pois, autoridade me foi dada, por intermédio do Inefável
e do Primeiro Mistério de todos os mistérios, para falar-vos, desde o Princípio
até a Plenitude (Pleroma), tanto de dentro para fora como do exterior para o
interior. Ouvi, portanto, para que vos possa dizer todas as coisas" (cap.
6).
Os dois outros cenários do texto
são a narrativa da estória de Pistis Sophia e as instruções adicionais aos
discípulos na forma usual de diálogos. Uma imensa riqueza de informações é
oferecida, incluindo a interpretação esotérica de diversas parábolas e ditados
públicos de Jesus, bem como a natureza dos mistérios.
Este artigo restringe-se à parte intermediária da
obra, o mito de Sophia, que é a revelação mais profunda feitas diretamente por
Jesus sobre a peregrinação da alma 10, incluindo o processo de salvação ou, para usar a
terminologia do texto, a libertação do caos.
O Mito de Sophia
Após seu retorno do Alto, Jesus
descreve aos discípulos as hierarquias dos vários planos pelos quais passou a
caminho do Alto.
A extensa enumeração de entidades
espirituais é, inicialmente, bastante confusa, pois em nenhuma parte do texto
existe qualquer explicação dessa terminologia nem do sistema cosmológico a que
essas entidades pertencem. O entendimento da cosmologia da obra tem sido o principal
óbice para a interpretação do texto pelos estudiosos.
Depois de diversos
incidentes com as entidades dos planos inferiores, Jesus encontra Pistis Sophia
abaixo do Décimo Terceiro Eon, seu lugar de origem. Ela estava sozinha, sem seu
par e seus irmãos, triste e chorosa devido aos tormentos que o Autocentrado 11 lhe havia infligido com a
ajuda de suas emanações e dos doze eons.
Antes, Pistis Sophia estava
no Décimo Terceiro Eon com seus vinte e três irmãos e irmãs. Quando ela viu a
Luz do Alto no véu do Tesouro de Luz, começou a cantar louvores àquela luz. A
partir daquele momento, o Terceiro Poder Tríplice, que é o Autocentrado e os
doze eons que estão abaixo passaram a odiá-la. O Autocentrado concebeu uma
armadilha para ela, emanando de si mesmo um poder com a aparência de leão e uma
hoste de outras emanações materiais violentas, enviando-as para as regiões
abaixo. Pistis Sophia foi então levada a olhar para baixo, vendo a luz do poder
com cara de leão. Sem saber que ele era uma emanação do Autocentrado, decidiu
ir atrás dele, sem seu par, para se apoderar de sua luz, pensando que essa luz
possibilitaria que ela pudesse ir à Luz do Alto. Tendo descido de seu lugar de
origem, ela foi levada cada vez mais para baixo, para o caos, com as emanações
do Autocentrado e dos doze eons perseguindo-a constantemente, atormentando-a e
retirando a sua luz. Quando ela finalmente viu Jesus rodeado de luz, clamou à
Luz das Luzes e proclamou uma série de metanóias.
As metanóias de Pistis
Sophia são a chave para a sua salvação final. Essa palavra grega, é
geralmente traduzida como arrependimento, mas o seu significado é ainda mais
amplo, pois significa, na verdade, mudança de mente ou transformação interior.
Nas treze “transformações interiores”, seguidas por onze canções de louvor à
luz, ela conta a sua estória e reitera sua fé na luz e o anseio de ser livre
das aflições do caos e o desejo de voltar ao seu lugar de origem. Ela é
libertada finalmente do caos com ajuda de seu par, Jesus, agindo com a
autoridade do Primeiro Mistério, com auxilio dos Arcanjos Gabriel e Miguel.
O simbolismo
Em todas as tradições esotéricas,
as mais importantes instruções internas são sempre transmitidas em linguagem
simbólica, velando assim o sagrado aos olhos profanos, oferecendo com isso um
método para desenvolver a intuição dos estudantes. Com raras exceções, os nomes
usados em PS para caracterizar as diferentes entidades e planos não têm nenhuma
conexão com a tradição judaica que a precedeu nem com a cristã que a sucedeu.
O simbolismo de Pistis Sophia é
extremamente engenhoso em sua simplicidade. As entidades da estória representam
os princípios do homem, revelando com isso o sistema psicológico subjacente aos
ensinamentos de Jesus. Outro nível de simbolismo é introduzido no texto por
intermédio da gematria, ou seja, das correspondências numéricas das palavras
(no original grego), com seus significados mais profundos.
Pistis Sophia representa a alma,
ou mais especificamente, a parte da alma que encarna, a parte da mente concreta
que é a unidade de consciência do homem. Seu nome é uma chave para seu papel:
Pistis é a palavra grega para fé. Não a fé cega, mas a fé que surge com a total
convicção do conhecimento interior. Sophia é sabedoria em grego. Assim, seu
nome composto indica o princípio fundamental (fé na Luz do Alto - um aspecto de
Deus) que a capacita a realizar sua missão, ou seja, o desenvolvimento da
sabedoria em ambos os mundos (material e espiritual).
Seu par é Jesus, um símbolo para
a alma espiritual do homem que permanece nas regiões do Alto, quando PS desce
ao caos. Essa informação é de suma importância, porque expressa a separação de
consciência entre a natureza inferior e a superior do homem. Ainda que, em sua
essência última, o homem seja uno com seu Eu divino, o nível usual da
consciência do homem não pode alcançar os planos espirituais, portanto, no
mito, Pistis Sophia e Jesus são devidamente apresentados como entidades
separadas.
O papel de Jesus na estória é uma
das partes que oferece maior dificuldade para o leitor, em virtude de nosso
condicionamento mental com relação à posição de Jesus na ortodoxia cristã. No
texto, vemos que 'Jesus' representa, num determinado momento, o Mestre que
instrui seus discípulos e, no momento seguinte, representa um dos três aspectos
da natureza superior do homem: a mente concreta não conspurcada (o par de PS),
a mente abstrata (o Salvador) e o princípio Búdico ou intuição, também chamado
de Cristo interior (o Primeiro Mistério Voltado para Fora).
O vilão da estória é o
Autocentrado, que representa a personalidade. Esse é um nome bem apropriado
para o nosso "eu" egoísta, presunçoso e fútil, que está sempre
demandando ser o centro das atenções, que busca a gratificação dos sentidos,
causando com esse comportamento grande aflição à alma. Os regentes, ou
arcontes, são os principais aliados do Autocentrado e representam as emoções e
paixões do homem. O principal agente entre eles é o poder com cara de leão, que
representa o egoísmo, a força mais poderosa a afastar o homem de Deus e levá-lo
ao caos. Esses poderes malévolos e trevosos não são demônios exteriores, mas
aspectos internos do homem. Eles permanecem ativos e engajados na tentativa de
derrubar o homem até que ele consiga sua libertação final do caos.
Apesar do caos ser uma região do Submundo, no
sistema de PS, o termo é também usado para transmitir a imagem de um estado
psicológico, ou seja, o da desordem. Como Pistis Sophia é aquela parte da mente
que age como unidade de consciência do homem, quando é dito que ela 'cai no
caos', o que isso quer dizer é que ela se torna vítima de desordens mentais que
aparecem quando é tomada pelas emoções, desejos e paixões, e se torna condicionada
por nomes e formas, por valores culturais e morais, em suma, por toda gama de
condições que representam uma virtual prisão para a alma encarnada no mundo.
Assim, a descida de PS ao caos é uma descrição simbólica da entrada do homem no
ciclo de encarnações, onde permanecerá até que sua missão seja cumprida.
A Cosmologia
O sistema cosmológico de Pistis
Sophia é apresentado no quadro a seguir. As principais entidades são mostradas
em seus respectivos planos e regiões, juntamente com seus principais títulos.
A COSMOLOGIA DO PISTIS SOPHIA
O INEFÁVEL (não manifestado)
O Interior dos Interiores (ADI e ANUPADAKA)
Os Membros ou Palavras do Inefável
A 12ª Hierarquia (última ordem dos ‘sem-pais’, ou
mônadas)
OS MISTÉRIOS DO INEFÁVEL
(PLANO DIVINO)
1º Espaço do Inefável, ou o Mistério do Inefável (o
Mundo do Um, ou LOGOS)
2º Espaço do Inefável, ou 1º Espaço do Primeiro
Mistério (ATMA)
Primeiro Mistério Voltado para Dentro
3º Espaço do Inefável, ou 2º Espaço do Primeiro
Mistério (BUDDHI)
Primeiro Mistério Voltado para Fora
O Primeiro Preceito (o Revelador)
As Cinco Impressões
A Grande Luz das Luzes
Os Cincos
Auxiliares
TESOURO DA LUZ, PLEROMA
(MENTE SUPERIOR)
Região da Direita
Iaô, Supervisor da Luz, o Primeiro Homem
Melquisedec
O Grande Sabaoth, o Bom
Sete Améns, ou Vozes
Cinco Árvores
Três Améns
Região do Meio
O Salvador Gêmeo (a Criança da Criança)
Região da Esquerda
Doze Salvadores com Doze Poderes
PLANO PSÍQUICO, ou MISTURA
(MENTE INFERIOR)
Região da Direita
Sabaoth, o Bom
Cinco Regentes Planetários (Saturno, Marte, Mercúrio,
Vênus, Júpiter) com 360 Poderes
Região do Meio
Pequeno Iaô, o Bom
Virgem de Luz
Região da Esquerda, Região da Retidão, Região do 13º
Eon
O Grande Antepassado Invisível e seu par, Barbelo
Os Dois Grandes Poderes Tríplices
24 Invisíveis (inclusive Pistis Sophia e seu par)
O Terceiro Grande Poder Tríplice, O Autocentrado
PLANO HÍLICO (PLANO ASTRAL)
Os Doze Eons
Os primeiros seis filhos, ou emanações, do
Autocentrado
Sabaoth-Adamas, também chamado o Grande Tirano, o
Poder Com Cara de Leão, Ialdabaoth
O segundo grupo de seis filhos, os Regentes dos Eons
Inferiores,
Providência
A Esfera
PLANO MATERIAL (PLANO FÍSICO)
Firmamento (Etérico)
Mundo dos Homens (Cosmo)
Submundo: Orcus, ou Amente, Caos
e Escuridão Exterior
Uma entidade pode ser ativa em
seu próprio plano e nas regiões e planos abaixo desse. Assim, Pistis Sophia e o
Autocentrado, cuja região de origem é o Décimo Terceiro Eon (Esquerda do Plano
Psíquico) permanecem ativos no Plano Hílico, justamente abaixo (o Plano
Astral). O mesmo pode ser dito de Jesus agindo como o Primeiro Mistério Voltado
para Fora, que exerce suas atividades nos três planos abaixo de sua região de
origem.
O sistema cosmológico de
Pistis Sophia torna-se uma fonte de esclarecimentos quando a terminologia é
despida de seu mistério. Dois estágios são claramente indicados, o
não-manifestado e a manifestação.
Quando o Inefável decide
manifestar-se no processo de auto-expressão para realizar Seus propósitos,
projeta de Si mesmo uma série de entidades que são dispostas ao longo de cinco
planos em ordem crescente de densidade. Esses planos poderiam ser chamados, de
acordo com a linguagem moderna: Divino (Os Mistérios do Inefável), Espiritual
(Tesouro de Luz), Mente Concreta (Plano Psíquico), Astral (Hílico) e Físico
(Material). A característica inovadora da cosmologia de PS é que cada plano
está dividido em três regiões: direita, meio e esquerda. A direita é sinônimo
de superior, e a esquerda, de inferior. As entidades da direita têm a função de
estabelecer os ideais ou arquétipos daquele plano, as do meio a função de
manutenção, ou sustentação, que garante condições apropriadas e, finalmente, as
da esquerda que estão engajadas na implementação das atividades estabelecidas
para cada plano. Seus papéis poderiam ser descritos como de pai, mãe e filho
ou, também, de semente, solo e fruto.
A Deidade Suprema não-manifesta não é chamada de Deus, mas simplesmente de
Inefável, Aquele ou Aquilo sobre o Qual nada é conhecido e Que está
infinitamente além de qualquer caracterização pelo homem. Dentro do Inefável, e
como parte intrínseca de seu Ser, encontram-se os Membros do Inefável,
transmitindo a idéia implícita de unidade, como ocorre com os membros de um ser
humano, cada um dotado de funções específicas. Entre os últimos membros do
Inefável encontram-se os sem-pais, ou não gerados, que correspondem às mônadas,
referidas na Vedanta e na Teosofia pelo termo sânscrito anupadaka, que
significa 'sem pais'.
A entidade mais elevada no Plano
Divino é chamada de Mistério do Inefável, ou Logos. Ele é a Fonte de tudo o que
existe, visível e invisível, o criador do arquétipo de toda a manifestação.
Imediatamente abaixo dele encontra-se o Primeiro Mistério, em seu duplo
aspecto: Voltado para Dentro e Voltado para Fora. O Primeiro Mistério é o
mistério da unidade, e seu aspecto Voltado para Dentro é Atma, ou o Espírito,
que abrange e interpenetra tudo o que existe. O Primeiro Mistério Voltado para
Fora é o veículo de Atma, ou seja, Buddhi, também conhecido na tradição
ocidental como o Cristo.
O plano abaixo é o Plano
Espiritual, Pleroma ou Tesouro de Luz, que corresponde ao plano da mente
superior ou abstrata. Ele corresponde ao conceito ortodoxo de Céu, onde as
almas encontram sua bem-aventurança quando libertadas do caos. A entidade mais
elevada desse plano é IEU, também referido pelos títulos de Supervisor da Luz e
Primeiro Homem. Essa última expressão revela seu papel como Adão Kadmon, ou o
Manu da Raça Humana12, que se
encarnou para estabelecer o arquétipo da primeira raça humana.
Também na região da
direita do plano espiritual encontra-se Melquisedec, o Manu da Quinta Raça (a
atual), o Grande Recebedor da Luz. Vale mencionar que a Igreja Primitiva
reverenciava a figura de Melquisedec como indicado na epístola aos Hebreus,
onde é dito que Jesus foi 'feito sumo sacerdote para a eternidade, segundo a
ordem de Melquisedec' (Hb 6:20). A caracterização dessa entidade na epístola é
muito semelhante a que se encontra em PS: 'Este Melquisedec é, de fato, rei de
Salém, sacerdote de Deus Altíssimo. Seu nome significa, em primeiro lugar, Rei
de Justiça, e, depois, Rei de Salém, o que quer dizer Rei da Paz. Sem pai, sem
mãe, sem genealogia, nem princípio de dias nem fim de vida!' (Hb 7:1-3).
Outra característica interessante da cosmologia
de Pistis Sophia é que cada plano é um reflexo dos planos que lhe estão acima.
Assim, as entidades da direita de cada plano agem como delegados do Logos,
desabrochando o modelo fundamental, ou arquétipo, para seu próprio plano. O
processo de manifestação segue esse modelo, da ideação para a criação em cada
plano subseqüente.
Interpretação do Mito
O mito é outra representação da
jornada de retorno da alma à Casa do Pai. Pistis Sophia 'cai' de sua região
original, ao perseguir uma miragem, um reflexo da Luz do Alto, que é percebido
no plano inferior como um poder com cara de leão, o poder da matéria, o
egoísmo. Essa queda, devida à ignorância, foi seu 'pecado original'. Mas é dito
que Pistis Sophia agiu assim sob o comando do Primeiro Mistério, ou seja, seguindo
um impulso interior para obedecer ao desígnio do Plano Divino, provavelmente
com o objetivo de que o Espírito pudesse manifestar-se inteiramente na matéria,
que foi expresso na recomendação bíblica: 'deveis ser perfeitos como o vosso
Pai celeste é perfeito' (Mt 5:48).
Com algum esforço de imaginação
podemos visualizar a unidade de consciência do homem aventurando-se do plano
mental e lentamente sendo seduzida pelas vibrações totalmente novas das emoções
e dos sentimentos, dos desejos e das paixões. À medida que Pistis Sophia
consentia a essas vibrações, ela se tornava cada vez mais emaranhada nesse novo
nível vibratório e, com a repetição, ficava tão impregnada delas que se
estabelecia um condicionamento, ou tendência, que a mantinha virtualmente
prisioneira do caos.
O texto deixa implícito que
quando a unidade de consciência, Pistis Sophia, desce ao caos, o homem
encarna-se, ou seja, assume os veículos necessários para a manifestação no
mundo material. Isso quer dizer que tanto no plano astral como no físico a alma
é 'envolvida' por 'corpos' apropriados para o funcionamento naquele plano, tal
como um homem com um escafandro que pode atuar no fundo do mar. Deve ser
lembrado que as entidades da região do meio em cada plano têm a função maternal
de prover as condições apropriadas e de nutrir. Assim, no plano astral, a
Providência13 lega todas
as tendências de outras vidas, as quais oferecem inúmeras oportunidades para o
indivíduo aprender todas as lições que ainda não foram superadas. No plano
físico, a região do meio fornece um corpo físico ao indivíduo que o capacita a
vivenciar o tipo de vida que o aguarda, resultado de seu carma.
É interessante notar que a
estória de Sophia expressa a realidade quando vista do Alto, isto é, de um
ponto de vista espiritual. Assim, quando Pistis Sophia reclama que os regentes
dos eons a estão oprimindo, tentando tirar a sua luz, isso pode expressar o
fato de que a personalidade experimentou uma vibração negativa, agressiva ou
desagradável, tal como um ataque de raiva, sentimento de ódio, uma mentira etc.
Mas a 'opressão dos regentes' também pode significar, do ponto de vista da
personalidade, experiências imoderadas de gratificação dos sentidos, que para o
homem do mundo representam 'alegria de viver', ou 'diversão', mas que para a
alma, que vê a realidade do ponto de vista da luz interior, significam uma
aflição pela qual terá que pagar caro.
Temos aqui a representação
clássica da luta entre as forças da escuridão e da luz. Pistis Sophia, a alma
encarnante, procura ascender, mas tem que lutar, a cada passo do caminho, desde
a alvorada do tempo, contra as perigosas forças do mal e da escuridão, que não
são forças exógenas que atacam do exterior. Os inimigos do homem estão
entrincheirados dentro de seu próprio castelo, ou seja, são suas próprias
emoções, desejos e paixões sob o comando do Autocentrado, a personalidade
egoísta, presunçosa e orgulhosa.
Pistis Sophia busca
sua libertação com suas ‘metanóias’, geralmente referidas como
'arrependimentos', treze ao todo, seguidas por onze canções de louvor à luz. A
palavra 'arrependimento' está no cerne da tradição cristã, porém, no original
grego, a palavra metanóia, tinha o significado bem mais amplo de mudança na
maneira de pensar ou mudança no estado mental, que tinha como conseqüência o
que hoje chamamos de arrependimento. Portanto, cada 'metanóia' no mito está
indicando que o homem passa por uma transformação mental que, por sua vez, se
reflete em mudanças de atitudes, valores e comportamento. O Caminho, ou Senda,
tão decantado em todas as tradições esotéricas é, na verdade, esse processo de
mudança interior, apesar de ter vulgarmente uma conotação física. Esta verdade
está por trás da declaração que se vê no famoso livro A Voz do Silêncio de que
o homem não pode entrar no Caminho até que se torne o Caminho14.
Essa chave para a
evolução humana, a transformação da mente, está implícita na frase poética de
João da Cruz: 'transcendendo a razão com meus pensamentos'. E está explícita na
recomendação de Paulo aos romanos: 'E não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a
vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito' (Rm 12:2). Como não poderia
deixar de ser, a recomendação para transformar a mente é também o axioma
central da doutrina budista.
A natureza esotérica
dos ensinamentos de PS é evidenciada nesse enfoque fundamental para a salvação,
ou seja, a mudança de dentro para fora, e não meramente a obediência a uma
série de preceitos, como na tradição ortodoxa judaica de obediência aos 613
preceitos da Tora. Jesus torna esse ponto bem claro em seus ensinamentos
públicos quando diz: 'Com efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não
exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus' (Mt
5:20). Em nenhuma parte do texto de Pistis Sophia encontramos Jesus pregando um
código moral de comportamento. O que é dito e reiterado é que o homem deve
renunciar a este mundo e transformar a sua mente, se pretende buscar e receber
os mistérios que lhe abrirão as portas da Herança da Luz.
Se por um lado as
parábolas de Jesus e outros ensinamentos públicos atacam com freqüência a
sabedoria convencional expressa como obediência à Lei Mosaica, parece haver uma
clara intenção, em Pistis Sophia, de indicar que os ensinamentos de Jesus
tinham um elo com a tradição dos profetas, especialmente como expressa nos
Salmos de Davi, nas Odes de Salomão e nas profecias de Isaías, pois esses
textos são citados como 'interpretação' das metanóias e canções de louvor
de PS.
As vinte e quatro
‘transformações da mente’ e invocações proferidas por Pistis Sophia são
indicativas da natureza lenta do processo de mudança necessário para
transformar um homem do mundo no ‘Homem Perfeito, a medida da estatura da
plenitude de Cristo' de que nos fala Paulo (Ef 4:13). Cada mudança interior
indica um estágio de renovação da mente no caminho espiritual.
Quando as metanóias e
canções de louvor de Pistis Sophia são examinadas mais detidamente, notam-se
alguns pontos críticos que indicam mudanças fundamentais em sua situação, à
medida que ela se livra lentamente do caos. Essas mudanças fundamentais podem
ser associadas às cinco grandes iniciações da tradição esotérica.
Os insistentes apelos
de Pistis Sophia à Luz do Alto são finalmente ouvidos e, após seu sexto
arrependimento, seu pecado de descer sozinha ao caos, sem seu par, é perdoado,
e Jesus (o poder da Mente), por sua própria conta, leva Pistis Sophia para 'uma
região um pouco mais espaçosa no caos'. Esse alívio relativo das opressões do
caos parece uma indicação da Primeira Iniciação.
Quando os regentes
percebem que Pistis Sophia não tinha sido retirada inteiramente do caos,
retornam com esforços redobrados para afligi-la e, então, ela continua a
apresentar seus votos de mudança interior. Depois da nona metanóia, sua
súplica, pedindo ajuda à Luz, foi parcialmente aceita, e Jesus foi enviado pelo
Primeiro Mistério (a mente pura reforçada pelo poder do Cristo interior) para
ajudá-la a escapar secretamente do caos. A partir desse momento, Pistis Sophia
percebe Jesus como uma Luz que brilha intensamente, sendo isso provavelmente
uma indicação da abertura de sua visão espiritual, ou expansão de consciência
devida à Segunda Iniciação.
Mas os desejos e as emoções
provocados pelas coisas materiais continuam a ser sentidos, pois as emanações
do Autocentrado e os poderes dos regentes mudam de forma, à medida que o homem
conquista as vibrações mais grosseiras. Depois da décima terceira metanóia,
Jesus (o poder da Mente) envia por sua própria conta, um poder de luz para
ajudar a levá-la às regiões mais elevadas do caos. O processo iniciático
continua com a décima quarta invocação, quando um poder de luz é enviado pelo
Primeiro Mistério (o poder da pura luz de Cristo), e os dois poderes juntam-se,
tornando-se uma grande corrente de luz, formando uma coroa protetora de luz
sobre a cabeça de Pistis Sophia. Essa parece uma descrição do glorioso estágio
de iluminação alcançado com a Terceira Iniciação, um estágio em que períodos de
consciência da unidade com Deus e com o Todo são alternados com a consciência
de dualidade normal do mundo.
A partir de então, a
alegria de Pistis Sophia torna-se o tema central de suas canções de louvor nas
quais ela reitera sua determinação de permanecer firme e nunca mais se afastar
da luz. Mas os poderes das trevas não desistem, e novas emanações mais fortes
do Autocentrado são enviadas para juntar-se às outras, que mudam de aparência,
para oprimir Pistis Sophia e levá-la para o fundo do caos outra vez. Depois de
sua décima sexta invocação, suplicando pela ajuda que lhe havia sido prometida,
ela é salva mais uma vez pela corrente de luz, com a ajuda dos Arcanjos Miguel
e Gabriel. Jesus (o poder de Buddhi-Manas) também desce ao caos para ajudar
Pistis Sophia e faz com que ela pise sobre a principal emanação malévola do
Autocentrado, uma serpente com sete cabeças. Esse ritual simbólico parece
indicação de que o processo de libertação está chegando ao término. Pisar a
cabeça da serpente simboliza matar as sementes do mal no interior do homem, a
ilusão da separatividade.
Apesar de suas elevadas
realizações, a alma ainda está sujeita às aflições dos poderes materiais sutis,
e Pistis Sophia continua suas invocações. Jesus leva-a a uma região logo abaixo
do décimo terceiro eon, seu lugar de origem, mas avisa-a de que Autocentrado (a
personalidade) está furioso com ela e que ele vai tentar um último ataque, por
meio de duas emanações trevosas e violentas, para procurar levá-la de volta ao
caos. Jesus deixa-a só, mas promete voltar para ajudá-la se ela se sentir
oprimida e invocar sua ajuda. E, como havia sido indicado, as duas emanações
trevosas e violentas (provavelmente a depressão e o desespero) atacam com
virulência. Essa parece ser uma referência ao período chamado pelos místicos de
Noite Escura da Alma15, em que o homem
sente-se sozinho e abandonado por todos e por tudo, mergulhando num período de
depressão que pode levar ao desespero, até que ele seja capaz de renunciar aos
últimos liames que o prendem ao mundo, ou seja, seu sentimento de ser um
"eu" separado. Isso provavelmente é uma referencia à Quarta
Iniciação, que transforma o homem num Arhat16.
Com a vigésima quarta
invocação finalmente chega o momento de levar Pistis Sophia permanentemente
para fora do caos, de volta para o décimo terceiro eon. Pode parecer um
anticlímax, um mero retorno a sua região de origem. Mas, nesse momento, uma
comovente surpresa aguarda o leitor. É dito que Pistis Sophia alcança sua
liberação final no exato momento em que Jesus está no Monte das Oliveiras com
seus discípulos no processo de ser elevado às alturas envolto em luz. Temos
assim a indicação da Quinta Iniciação, tanto do ponto de vista da
individualidade glorificada, Jesus, e da personalidade 'transformada' que é
finalmente liberta da prisão do mundo. Naquele momento Pistis Sophia junta-se a
seu par, Jesus, sendo isso um paralelo com o sacramento da Câmara Nupcial
mencionado no Evangelho de Filipe17 e a experiência dos grandes místicos no
estágio final de Theosis, ou União com Deus.
Observações finais
Como a parábola do tesouro
escondido no campo, o mito de Pistis Sophia está pronto para entregar, a todo
homem ou mulher que cultivar com afinco seu solo interior, um verdadeiro
tesouro enterrado de ensinamentos esotéricos, escondidos ali pelo Mestre para
benefício de seus discípulos de todos os tempos e não somente para aqueles que
o seguiram durante sua vida terrena na Palestina há dois mil anos atrás.
Parece que, com o desvelar dos
diferentes níveis de manifestação e das progressivas mudanças interiores, o
livro está tentando despertar o homem para a realidade de sua origem divina e
de sua missão na Terra. Ao longo da estória de Sophia e no restante do livro
existem muitos ensinamentos que podem tocar a alma de cada leitor de uma maneira
diferente. Nesse sentido o texto é mágico. Ele foi preparado para trabalhar em
cada coração sincero que busca com ardor e determinação as chaves que abrem as
portas do Reino dos Céus.
Pistis Sophia, como todos as
Escrituras Sagradas, é um mapa codificado que leva ao tesouro mais precioso
ansiado pelo homem. Se pudermos interpretar os símbolos usados, poderemos
trilhar o Caminho e achar a pérola preciosa da Gnosis, a chave que nos admite
no Reino dos Céus.
* * *
NOTAS
1 O autor é membro da Sociedade Teosófica. Economista,
atualmente aposentado, mora em Brasília e dedica-se ao estudo da tradição
cristã e do gnosticismo. Publicou uma versão da obra Pistis
Sophia, em português, (Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil,
1997), com uma introdução sobre a interpretação do texto e mais de 400 notas de
rodapé. Este artigo é uma adaptação de um artigo anterior escrito em
inglês pelo autor, em 1998, gentilmente traduzido por meu amigo Sílvio Tesla em
2001. Outra tradução adaptada do artigo original em inglês foi incluída numa
publicação da Fundação Samael Aun Weor (pg.
10-21), com o título: “Os Patriarcas Gnósticos e a Formação do Pleroma”, sem
mencionar o autor original e sem sua autorização.
2 Dorese,
Jean. The Secret Books of the Egyptian Gnostics (NY:
The Viking Press, 1960), pg. 64.
3 Isto
aconteceu até mesmo com alguns dos mais respeitados eruditos da tradição
cristã, como Kurt Rudolph, Gnosis: The Nature & History of Gnosticism (Harper
San Francisco, 1987), and W. Schneemelcher, New
Testament Apocrypha (Westminster/John Knox Press, 1991)
4 Blavatsky,
H.P. “H.P.B.’s Commentary on the Pistis Sophia”, in Collected
Writings, vol. 13, pg. 1-81
5 Schwartze,
M.G. Pistis Sophia: opus gnosticum Valentino adiudicatum
e codice manuscripto coptico Londinensi descriptum. (Berlin:
J.H. Petermann, 1851)
6 Mead,
G.R.S. Pistis Sophia: A Gnostic Miscellany (London:
J.M Watkins, 1921)
7 MacDermot, Violet. Pistis
Sophia (Leiden, The Netherlands: E.J. Brill, 1978)
8 Estas três vestes de luz parecem ter uma correspondência com a
tradição budista dos três veículos espirituais do Bhudda: Dharmakaya, Sambhogakaya e Nirmanakaya (veja H.P.
Blavatsky, A Voz do Silêncio, Adyar, Índia:
Editora Teosófica, 1953).
9 O texto diz que todos os poderes dos céus permaneceram fixos
durante o período de ascensão de Jesus até a nona hora do dia seguinte, quando
ele voltou à Terra nas suas vestes de luz. Provavelmente é pretendido que a
menção da nona hora revela que uma Iniciação importante estava em curso, como 9
é o símbolo da Iniciação que conduz ao 10, o número de Perfeição.
10 As outras estórias da peregrinação da alma são a Parábola do Filho
Pródigo e o Hino da Pérola.
11 Este agente, pivô da história, é chamado 'Ego-centrado' por Mead e
Hurtak e 'Authades' por MacDermot, mas acreditamos que o termo certo para
expressar o papel dele precisamente, como será visto é, na realidade,
Autocentrado, o qual adotamos.
12 Manu é uma palavra Sânscrita. Ela representa
o criador primordial de cada grande Raça-Raiz. Na Vedanta corresponde ao grande
legislador, um ser auto-existente, ou uma emanação do Logos e o antepassado da
humanidade.
13 Traduzimos o termo "Heimarmene"
como Providência, em lugar de Destino como Hurtak e Mead fizeram. A razão para
isto é que Destino tem uma conotação de imutabilidade que não está garantida
pela natureza do condicionamento da "bagagem" representada pelas
tendências passadas herdadas, ou carma. Assim, consideramos o termo Providência
mais apropriado para representar a idéia de uma herança do passado que
condicionará mas não compelirá um determinado comportamento ao homem.
14 Blavatsky, H.P., A Voz do Silêncio (Wheaton, Ill:
Theosophical Publishing House, 1992), pg. 12.
15 Veja, E. Underhill, Mysticism. The Nature and Development of Spiritual
Consciousness (Oxford, England: One World Publications, 1993),
pp. 380-412.
16 Um termo Sânscrito para aquele que merece honras divinas, usado
pelos hindus e budistas para se referirem aos homens sagrados que foram
liberados da necessidade do renascimento, e assim poderiam entrar e permanecer
no Nirvana até o fim de um ciclo. Porém, muitos por compaixão para com o
sofrimento da humanidade, escolhem permanecer no ciclo de renascimento para
ajudar todos os homens a serem liberados do sofrimento.
17 Veja, J. Robinson
(ed), The Nag Hammadi Library in English (New
York: Harper Collins, 1990).
Categoria: Religião e Espiritualidade
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